quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Cadáver Esquisito! [Arga Warga; 2025]

Chegou a mais insólita edição do ano – Cadáver Esquisito!, que compila o webcomic criado entre 2008-2015 e se destaca como a maior banda desenhada colectiva jamais produzida em Portugal. A iniciativa foi idealizada e coordenada por Daniel Maia, e desafiou os talentos portugueses a explorar o sistema cadavre exquis e criar uma prancha de banda desenhada para edição online, tornando-se assim um dos primeiros webcomics serializados do país.

Traduzido do latim como cadáver excelente ou esquisito, este sistema centenário consiste em produção cooperativa encadeada, em que cada interveniente usa o trabalho anterior como mote da sua criação. O método foi originalmente concebido em 1925, pelo pintor surrealista André Breton, para provocar a livre associação de ideias e de imagens fora do contexto habitual, e é usado na BD portuguesa desde os anos 80, sendo também designado de comic jam.
Cadáver Esquisito!
pertence ao selecto grupo de iniciativas similares realizadas pelo mundo fora, ocupando possivelmente o 4º lugar entre estas, atrás da iniciativa no Festival de BD de Lyon (2016), o evento Big Nate, na Rockefeller Plaza (2014), e The Worm, coordenado por Alan Moore (1991).

Em
Cadáver Esquisito!, além do desafio inerente a cada intervenção, o projecto foi concebido para manter a coerência da intriga, sendo constituído por 52 páginas por 56 autores. À BD original junta-se ‘A Vingança do Cadáver’, uma narrativa complementar que serve de epílogo da história, assim se totalizando 58p.
A iniciativa reuniu autores experientes e futuros profissionais da área, bem como muitos ilustres desconhecidos que igualmente aceitaram a missão: André Caetano (Volta), Bruno de Lara, Bruno Patrício, Carla Rodrigues (Portugal 2055), Daniel Ferreira, Daniel Henriques (The Curse of Sherlee Johnson), Daniel Maia (Apparition Metempsychosis), Dário Mendes, David Henrique, Diogo Campos (Pássaro), Diogo Carvalho (Sol), Eduardo Martins, Eduardo Monteiro, Fernando ‘Phermad’ Madeira (Terminal), Filipe Coelho, Filipe ‘Fil’ Lopes (II Raide Macau-Lisboa), Gustavo Carreira, Heguinil Mendes, Hélder Rodrigo, Henryk Valadas, Hugo Gomes, Hugo Jesus (Sonho sem Fim), Hugo Teixeira (Pássaro), João Mendonça (Joaninha dos Olhos Verdes), João Miguel Silva, João Neto, João Pedro Rosa, João Pereira, Kati Zambito (Punch Line), Luís ‘LLL’ Lourenço, Luís Guerreiro (Besteiros de Serpa), Manuel Mateus, Marcos Freitas, Maria João Careto (Há um Eléctrico que Espera por Mim), Maria Veiga, Miguel Félix, Miguel Mendonça (Batman), Nuno Frias, Nuno Lourenço Rodrigues (Square World), Nuno Ribeiro Silva, Nuno Sarabando, Pedro Amorim, Pedro Carmo, Pedro Nascimento (Tales from Nevermore), Pedro Silva, Roberto Macedo Alves (Teatro: Lugar de (Entre)Mundos), Rogério Lucas, Rúben Sousa, Rui Alex (Rafael Bordalo Pinheiro: Uma Vida em Desenhos), Rui Ramos, Silvestre ‘Véte’ Francisco (Haverá um Amanhã?), Sónia Oliveira (O Poema Morre), Susana Resende (Aurora Boreal em Reflexos Partilhados), Thomas Nash (Émenor), Xico Santos (Em Redes) e Zé Burnay (Andrómeda).



Sinopse
Um incidente num hotel precipita situações insólitas que revelam uma intriga: uma trindade de Papas faz testes à inovadora tecnologia U.M.D. (Unidade Molecular Destemporizadora) criada pelo Prof. Octávio, que suspende o espaço-tempo numa área limitada. Podem os operacionais Evelina e Carlão, com os andróides Bernardo e Taz-33, mais o Eng. Ivanildo, sabotar a profana experiência e evitar o assassinato do presidente da CorpAuto, presente em seminário no hotel? E pode esta trupe sobreviver à chegada do Anjo da Morte!?

O livro foi apresentado no 20º Festival Internacional de BD de Beja, na Casa da Cultura de Beja, estando ali patente com uma exposição colectiva durante Junho, e é lançado no dia
25/11 às 18h, no 36º festival AmadoraBD.



Cadáver Esquisito!
[Arga Warga Edições]
Edição e Coordenação: Daniel Maia
Artistas: André Caetano, Bruno Lara, Bruno Patrício, Carla Rodrigues, Daniel Ferreira,
Daniel Henriques, Daniel Maia, Dário Mendes, David Henrique, Diogo Carvalho,
Eduardo Martins, Eduardo Monteiro, Fernando ‘Phermad’ Madeira, Filipe Coelho
,
Filipe ‘Fil’ Lopes, Heguinil Mendes, Hélder Rodrigo, ‘Henryk’ Valadas, Hugo Gomes,
Hugo Teixeira, João Mendonça, João Miguel Silva, João Neto, João Pereira, Kati Zambito,
Luís Guerreiro, Luís ‘LLL’ Lourenço, Manuel Mateus, Marcos Freitas, Maria Veiga,
Maria João Careto, Miguel Félix, Miguel Mendonça, Nuno Frias, Nuno Lourenço
Rodrigues, Nuno Ribeiro Silva, Nuno ‘Nams’ Sarabando, Pedro Amorim, Pedro Carmo,
Pedro Nascimento, Pedro Silva, Roberto Macedo Alves, Rogério Lucas, Rúben Sousa,
Rui Alex, Rui Ramos, Silvestre ‘Véte’ Francisco, Sónia Oliveira, Susana Resende,
Thomas Nash, Xico Santos e Zé Burnay
Argumentistas: Diogo Campos, Gustavo Carreira, Hugo Jesus e João Pedro Rosa
Ilustração de Capa/Contracapa e Grafismo: Daniel Maia
Paginação: Susana Resende | Impressão: Gráfica99 Lda.
Álbum de BD | 64 páginas | Impressão a Preto/Branco
1ª Edição: 10/2025 | Dep. Legal: 555169/25 | PVP: 10€

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Arga Warga – 20º Aniversário

No passado mês de Janeiro, Arga Warga Edições celebrou 20 anos. A página da editora tem estado inactiva, sendo as menções mais dinâmicas no meu blogue profissional e no meu portfólio, em que partilho as minhas actividades e artes mais recentes, mas com o novo lançamento (Cadáver Esquisito!) imponha-se uma recuperação deste espaço. Assim, eis o rescaldo dos últimos quinze anos e respostas a FAQ:

Porquê o nome “Arga Warga”?

Além de outros significados em línguas estrangeiras, como no Tetum, em que significa Residente da Montanha, ou no Sueco, em que significa Cidadão Zangado, ou no antigo Grego, com Barca Lenta, tudo traduções que podiam espelhar aspectos da minha personalidade, o termo vem do dialecto futuro-distópico Riddleyspeak, criado pelo escritor Russell Hoban em Riddley Walker (1980) – o meu livro favorito –, que inspirou a fala da tribo das crianças em Mad Max Beyond Thunderdome (1985), de George Miller – um dos meus filmes favoritos –, em que a exclamação significa que uma pessoa teve um destino trágico, semelhante a “Uh-oh!”, no contexto de se ser devorado violentamente pelas alcateias de lobos protagonistas do romance, ou não fosse warga uma palavra germânica relacionada com lobo. O termo funciona ainda como onomatopeia para “tragar/devorar”, aludindo potencialmente ao folclore da bruxa Baba Yaga.
Daí que, inicialmente, o logótipo de Arga Warga Edições – que, por ser expressão inglesa, insisto na pronuncia “Árga Úarga” – incluía um lobo.
Por último, mas não menos importante, a expressão tem um significado especial por me ter sido cedido o uso pelo próprio Russell Hoban (1925-2011), quando o contactei com planos de adaptar o livro para BD, alguns anos antes do seu falecimento – algo que ainda pretendo cumprir.

Os primeiros anos da editora…

Após a estreia da editora com o comic-book de tiragem limitada Pão-de-Law: Primeira Fornada, cujo trabalho foi distinguido com Melhor Desenho Português no IV Troféus Central Comics, em 2006, com maioria dos votos do público (45%), a Arga Warga esteve dedicada à colecção All-Girlz, que desafiou a divulgação de novos talentos femininos na banda desenhada, publicada em um volume de 72p e duas revistas de 32-36p, actualmente esgotados. A nível de reconhecimento, All-Girlz foi um enorme sucesso, esgotando a tiragem de 300 exemplares em três meses e recebendo duas nomeações para Melhor Fanzine, no V Troféus Central Comics e no 17º Prémios Nacionais de Banda Desenhada, do festival AmadoraBD.
Os comics All-Girlz Galore e All-Girlz Banzai! foram depois nomeados no VIII Troféus Central Comics como Melhor Fanzine, vencendo com 36% dos votos, e como Melhor Obra Curta (‘Dream Machine 2.1’, de Joana Lafuente, em All-Girlz Banzai!), que venceu com 34% dos votos. De Galore, ‘Annushka, a boneca’, de Andreia Rechena, também foi finalista nesta categoria.
Ainda, Galore foi nomeado para Melhor Fanzine no 20º PNBD, e Banzai! para Melhor Fanzine no 21º PNBD, respectivamente.

Adicionalmente, entre 2006-2008, a Arga Warga Edições (AWE) fez parceria – inédita e única – com a Tertúlia BD de Lisboa, de Geraldes Lino, na publicação dos “slimzines” Tertúlia BDzine do ‘Ciclo de Homenagem a Robert E. Howard’, uma iniciativa proposta e produzida por Daniel Maia. Estes ‘zines de BDs curtas também tiveram vários reconhecimentos na comunidade de banda desenhada, com o prémio Melhor Obra Curta no V Troféu Central Comics (‘Kull: O Fim’, de Hugo Jesus e Nuno Sarabando, em Tertúlia BDzine #109), com 32% dos votos, mais a nomeação na mesma categoria para ‘Red Sonya: As Duas Torres’, de Daniel Maia e Pedro Figue.

Na sequência desta fase, o prémio retrospectivo I Troféus Central Comics: HD (Heróis da Década), que se presta a reconhecer “os melhores entre os melhores” livros e autores premiados no TCC na década prévia, e que se realizou pela primeira vez em 2013, reconheceu Daniel Maia com o 3º lugar em Melhor Artista Português da Década e All-Girlz com o 3º lugar em Melhor Publicação Independente da Década.


A época de retrospectivas e parcerias…

A Arga Warga hibernou na primeira metade da década de 2010, editando apenas o álbum integral Nome de Código: Dalton (2016), de Daniel Maia, em tiragem limitada e sem distribuição comercial. Este livro recupera as 282 páginas da saga do agente secreto Dalton, criado entre 1991-1993, em BD muito amadora, para celebrar o seu 25º aniversário.
Seguiu-se a parceria editorial com Kafre Edições, de José de Matos-Cruz, em que, após as suas colaborações nas trilogias d’O Infante Portugal e Aurora Boreal, publicadas pela Apenas Livros, os autores produziram adaptações para banda desenhada destas personagens, desenvolvidas em prosa ilustrada, assim as registando no panteão de heróis da BD lusitana.
O comic-book O Infante Portugal em Universos Reunidos (2017), que havia sido antevisto em uma exposição do 23º AmadoraBD ‘2012, foi lançado na 28ª edição desse festival e esgotou os 350ex em 4 meses. O título foi depois consagrado no XVI Troféus Central Comics, ao vencer como Melhor Obra Curta, sendo também runner-up como Melhor Publicação Independente, por pouca margem.
Já o álbum antológico Aurora Boreal em Reflexos Partilhados (2022), foi apresentada no 17º FIBDB (Festival Internacional de BD de Beja), após ter sido antecipado em exposição na 13ª edição, e teve duas distinções: em 2023, a banda desenhada ‘Aurora Boreal: Uma Luz que Reproduz’, por José de Matos-Cruz e José Ruy, foi finalista em Melhor Obra Curta no XX Troféus Central Comics; e ‘Aurora Boreal e o Reverso do Universo’, por José de Matos-Cruz e José Macedo Bandeira, obteve Menção Honrosa no Concurso de BD ‘O Faco ecoa em BD’, do Festival de BD de Póznan ‘2023.

Ainda, desta temporada, o II Troféus Central Comics: HD, consagrou a banda desenhada ‘O Infante Portugal em Universos Reunidos’ como Melhor Obra Curta da Década 2013-2023, em 2024.


Que futuro para Arga Warga?...

A marcar o 20º aniversário, a editora edita compilação do webcomic Cadáver Esquisito!, concebido e coordenado por Daniel Maia entre 2008-2015, que é actualmente a maior BD colectiva jamais produzida em Portugal e, provavelmente, a 4a maior do mundo! A iniciativa reúne 58 páginas de arte sequencial por 52 autores, entre profissionais do sector e ilustres desconhecidos. A apresentação e exposição decorreu no 20º FIBDB e o lançamento no 36º festival AmadoraBD.

De futuro, a editora planeia mais um título para o final do ano – uma surpresa, por ora…

E em 2026, se a agenda profissional do autor-editor permitir, estão previstos 4 títulos, lançados por trimestre: A reedição d’O Infante Portugal em Universos Reunidos, agora expandido para álbum; a compilação do ‘Ciclo de Homenagem a Robert E. Howard’, que estará a celebrar o seu 10º aniversário; e mais duas antologias, secretas por enquanto.

Cumprindo este calendário, os dez anos de AWE vão marcar uma nova fase mais activa da editora, caracterizada por edições de antologias temáticas e mais álbuns autorais. Até à data, Arga Warga editou 86 talentos portugueses; com os novos títulos perspetivados, seria caricato terminar o 20º aniversário com uma soma redonda de 100 autores...

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Aurora Boreal em Reflexos Partilhados [Arga Warga/Kafre; 2022]

Criada por José de Matos-Cruz em 2012, introduzida no último livro da trilogia O Infante Portugal e reafirmada no comic-book do herói, a saga de Aurora Boreal culmina sob o signo da banda desenhada com a antologia Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, coeditada por Kafre e Arga Warga.
A personagem literária foi idealizada por José de Matos-Cruz em 2011 e criada visualmente por Susana Resende, cujos estudos originais foram apresentados no livreto introdutório Aurora Boreal e O Instinto Supremo (Apenas Livros, 2017), e emancipa-se no tríptico O Princípio Infinito (2018), O Eterno Paradoxo (2019) e O Círculo Imperfeito (2020), com edição por Apenas Livros. O épico da personagem conclui com a sua adaptação para banda desenhada, em formato antológico.


Nascida de uma relação efémera e sensual entre Oktobraia, heroína soviética exilada em Lisboa, e o Malsão, um portento cósmico que avassala o marasmo lusitano, Aurora Boreal nasce com super-poderes cósmicos, herdando o manto paladino do Infante. Logo, uma auspiciosa Aurora Boreal, irradiando além das luzes e das trevas, rompe os ciclos da infância e da identidade, pelo capricho súbito e intenso de uma libertação… Nessa aprendizagem mágica e germinal, Aurora Boreal suspende as coordenadas sobre o tempo e o lugar em que decorrem tais derivas e interferências. Do passado ao futuro, ou em actualidade virtual, a sua aparência torna-se então Presente – ainda adolescente, adulta ou idosa –, desafiando todas as rotinas, como um fenómeno telúrico e transfigurador!
Aurora Boreal em Reflexos Partilhados culmina, assim, uma incursão fantástica pelos meandros da realidade e em dimensões alternativas. Afinal, com mais simbólica ênfase de reinvenção, ao conferir pela banda desenhada uma abordagem múltipla e propícia às expectativas de cada criador artístico.

Participam neste volume Susana Resende, com a BD original de Aurora Boreal, mais Renato Abreu e Daniel Maia, com BDs curtas publicadas na primeira jornada editorial da heroína, a que se junta histórias inéditas pelos autores Daniel Maia, Fernando Vilhena de Mendonça, João Raz, José M. Bandeira, José Ruy, Nuno Dias e Renato Abreu, por vezes com argumento de José de Matos-Cruz. A capa e grafismo do álbum é assinada por Susana Resende.

O livro foi apresentado no 17º Festival Internacional de BD de Beja, no dia 29 de Maio.


Em 2023, no XX Troféus Central Comics, a BD de José de Matos-Cruz e José Ruy, ‘Aurora Boreal: Uma Luz que Reproduz’, foi nomeada na categoria Melhor Obra Curta, e no Concurso de BD do Festival de BD de Póznan, a BD de José de Matos-Cruz e José M. Bandeira, 'Aurora Boreal em O Reverso do Universo', obtém Menção Honrosa, sendo publicada no catálogo O Fado eco em BD.


Aurora Boreal em Reflexos Partilhados
(Arga Warga/Kafre)
Editores: José de Matos-Cruz e Daniel Maia
Criador original e Argumentista: José de Matos-Cruz
Autores: Daniel Maia, Fernando Vilhena de Mendonça,
João Raz, José Macedo Bandeira, José Ruy, Nuno Dias,
Renato Abreu e Susana Resende
Capa/Contracapa, Grafismo e Paginação: Susana Resende
Antologia de BD | 52p | Interior P/B
1a Edição: Maio 2022 | PVP: 10,00€
Status (2025): Stock Limitado

O Infante Portugal em Universos Reunidos [Arga Warga/Kafre; 2017]

Criado pelo investigador e escritor José de Matos-Cruz, O Infante Portugal é um emblemático super-herói surgido originalmente em 2004 no conto curto ‘Com Penas de Anjo e a Expiação do Demo’, em Os SobreNaturais, o segundo romance de Matos-Cruz, após Os EntreTantos: Século XX – Cem Anos, Cem Histórias (2003). Cativado pelas potencialidades da personagem e pelo universo ficcional que esta habita, o autor desenvolveu um folhetim online escrito ao jeito dos policiais portugueses do início do séc.XX e explorando os cânones do mundo dos super-heróis, mais tarde derivando numa escrita mais experimental, reflectindo a mística lusitana e os ambientes mágicos pelos quais o herói o conduziu.

Essa primeira obra foi publicada em O Infante Portugal e As Tramóias Capitais (Kafre, 2004), e mais tarde reeditada por Apenas Livros (2007), em simultâneo com a sequela O Infante Portugal e A Íntima Capitulação (2007). A terceira jornada que concluí a série tem o título O Infante Portugal e As Sombras Mutantes (2012), que apresenta uma personagem herdeira, Aurora Boreal, a qual tece novas aventuras na sua trilogia, composta por Aurora Boreal e O Princípio Infinito (Apenas Livros, 2018), Aurora Boreal e O Eterno Paradoxo (2019), e Aurora Boreal e O Círculo Imperfeito (2020). As obras inserem-se no género de literatura ilustrada, em que as capas de capítulos e imagens anexas são ilustradas por artistas de banda desenhada portugueses.
Ambas as trilogias são complementadas por uma obra de banda desenhada, nomeadamente O Infante Portugal em Universos Reunidos (2017) e Aurora Boreal em Reflexos Partilhados (2022), em coedição por Kafre Edições e Arga Warga.


Apenas de ser criado pelos mestres da banda desenhada José Garcês, José Ruy e Eugénio Silva, entre muitos outros, o herói foi estreado na arte sequencial por Daniel Maia, primeiro em BD curta nos extras do terceiro livro, e por fim no comic O Infante Portugal em Universos Reunidos, que assinalou o 10º aniversário da edição definitiva da personagem. A edição teve como objectivo celebrar o super-herói e introduzir novos leitores à origem dos paladinos deste complexo universo literário, assim como criar uma ponte entre a trilogia original e a spin-off.
Apresentado no XIII Festival Internacional de BD de Beja e lançado no
28º festival AmadoraBD, o comic é escrito por José de Matos-Cruz e desenhado por Daniel Maia, com participação especial de Daniel Henriques e Susana Resende, mais os cameos artísticos dos mestres José Garcês e José Ruy.


Evocando momentos decisivos de uma história nacional, fantástica, desde eras imemoriais até à actualidade virtual, seguimos as proezas permutáveis d’O Infante Portugal e do Condestável Lusitano por momentos de crise e euforia, tal como foram registados pelo Livro Livre, um artefacto místico em sua posse, até à chegada da misteriosa Aurora Boreal…

O trabalho foi antecipado em 2012, no 23º AmadoraBD, integrado em retrospectiva de ilustração.
O comic esgotou no início de 2018, ano em que foi premiado no XVI Troféus Central Comics como Melhor Obra Curta, sendo ainda runner-up na categoria Melhor Publicação Independente. Depois, em 2024, no II Troféus Central Comics: HD, foi também distinguido como Melhor Obra Curta da Década. Está prevista para 2026 uma reedição expandida para álbum.


O Infante Portugal em Universos Reunidos
(Arga Warga/Kafre)
Editores: José de Matos-Cruz e Daniel Maia
Argumento: José de Matos-Cruz | Desenho: Daniel Maia
Artistas convidados: Daniel Henriques e Susana Resende
Participação Especial: José Garcês e José Ruy
Revista de BD |
28 páginas | Interior P/B
1a Edição: Outubro de 2017 | PVP: 5,00€
Depósito Legal: 432770/17

Nome de Código: Dalton [Arga Warga; 2016]

O volume integral Nome de Código: Dalton, publicado por Arga Warga Edições em Fevereiro 2016, compila os 4 álbuns amadores e duas histórias curtas de Daniel Maia, que marcam o seu avanço de desenhador curioso para autor amador. Criados entre final de 1991 e início de 1993, estas BDs a cores representam a primeira criação de um universo ficcional pelo autor, que antes havia criado o super-herói Espectro (1989), editado em fanzines DIY, e comics fanart com Capitão América (1990).


O herói Dalton, inspirado em partes iguais de 007, Die Hard e RoadHouse, foi desenvolvido nas BDs Dalton: Contrabando Fatal (1991, com 68p), Dalton: Arkus & Flecha (1992, com 58p), Dalton: Perseguição Mortal (1992, com 60p), Dalton: Morte Invisível (1993, com 72p), mais as BDs curtas ‘Missão: Dalton’ (1991, com 4p) e ‘O Mutante’ (1993, com 20p). Ao todo, um épico juvenil de 282p que o autor produziu antes dos quinze anos.
As aventuras narram as perigosas missões do operativo Dalton, que tem como objectivo descobrir e desmantelar redes criminosas controladas por super-vilãos. As missões tornam-se cada vez mais fatais à medida que os inimigos se revelam mais poderosos, escapando das intrigas com agentes secretos para os universos exóticos dos super-heróis e vilões. A apoiar Dalton existe um grupo de operativos quasi-superheróicos, geridos por uma agência secreta de âmbito mundial.


Com vista a recuperar estes trabalhos com 25 anos de existência, as BDs foram remasterizadas e rebalonadas, sendo publicadas em livro pela primeira vez. O volume contém ainda ilustrações e perfis de personagens.
Nome de Código: Dalton foi produzido em tiragem muito limitada, e sem distribuição comercial.

Nome de Código: Dalton
(Arga Warga Edições)
Autor/Editor: Daniel Maia
Livro Integral | 304 páginas | Interior P/B
1a Edição: Fevereiro 2016 | PVP: S/venda

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Arga Warga nos Prémios de BD

Depois de nomeações para Melhor Fanzine (para o All-Girlzine, no Prémios Nacionais de BD '2006 e no V Troféus Central Comics '2007, seguido pelo PNBD '2009 e '2010, respectivamente no 20º e 21º AmadoraBD, para os títulos Galore e Banzai!), anúncio com prazer que o projecto venceu nas categorias Melhor Fanzine e Melhor Obra Curta do VIII Troféus Central Comics.

Sob o título genérico All-Girlz, os fanzines All-Girlz Galore e All-Girlz Banzai! foram premiados em Melhor Fanzine com 36% de votos e a BD “Dream Machine 2.1” (in Banzai!), da autora Joana Lafuente, venceu a categoria Melhor Obra Curta com 34% das preferências.
Saliento ainda que a 3ª nomeação, para a BD “Annushka, a boneca” (in Galore), de Andreia Rechena, recolheu 15% de votos do público. Desde já, agradecimentos a todos os leitores por coroarem a iniciativa, e parabéns às autoras, aqui as verdadeiras vencedoras dos prémios, bem como aos demais colaboradores envolvidos!

A cerimónia de entrega do VIII TCC teve lugar a 3 de Abril no evento Anigamix 2011, na Exponor. Os Troféus Central Comics são os prémios portugueses de BD e Cartoon onde os vencedores são decididos pelos votos do grande púbico, promovido de modo independente pelo portal Central Comics.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

All-Girlz Banzai! [Arga Warga; 2009]

Apresentado no 20º AmadoraBD e lançado no evento Jap-Xpress, promovido pela livraria Central Comics, All-Girlz Banzai! é o terceiro comic da iniciativa All-Girlz e o primeiro exclusivamente dedicado ao manga, que cada vez mais assume proeminência no sector e revela notáveis novos talentos à comunidade portuguesa de BD.
As obras, expostas ao público na mostra epónima, no V Festival Internacional de BD de Beja e no XVI Xorñadas de Banda Deseñada de Ourense, são assinadas por Joana Lafuente e Selma Pimentel, duas das nossas melhores e mais proliferas autoras, com percursos que já transpõem os limites da BD com influência nipónica.

Joana Lafuente, autora da ilustração de capa, edita "Dream Machine 2.1", a continuação da história iniciada em All-Girlzine. A Joana é formada em Engenharia Informática e Computadores pelo IST-Taguspark e especializada em multimédia. Além de realizar workshops, também trabalha em ilustração e colabora desde 2008 em pintura digital na série The Transformers, da IDW Publishing.


Selma Pimentel
, autora estreante, assina "Samira parte 1" e "Green is Dead", esta última, uma 'curta destacada como runner-up no concurso M.A.C.A., pela livraria Dr.Kartoon e Associação de Estudantes de Coimbra. A Selma é licenciada em Design de Comunicação na Escola Universitária de Artes de Coimbra e trabalha desde então na agência Lupabiológica. Está presentemente a desenvolver projectos para editora norte-americana, assim como capas na chancela galega El Patito Editorial, na sequência da expo "All-Girlz Banzai" em Ourense.


All-Girlz Banzai! foi nomeado para Melhor Fanzine pelo júri do Prémio Nacional de BD, no 21º AmadoraBD.


ALL-GIRLZ BANZAI!
Arga Warga Edições (c) (Novembro, 2009)
Edição: Daniel Maia
Conceito gráfico e Paginação: Nuno Ribeiro Silva
Ilustração da capa: Joana Lafuente e Nuno R. Silva | Ilustração da contracapa: Selma Pimentel
Autoras: Joana Lafuente e Selma Pimentel | 
Legendagem: Joana Lafuente e Daniel Maia
Tiragem: 200 exemplares | 36 páginas | Preto/branco | PVP: 4,00€
Depósito Legal: 302240/09 | ISBN: 978-989-96560-0-0
Status (2025): Stock Limitado